Caparaó

Subo as montanhas em busca do que há de melhor,
Eu sigo rumo à Serra do Caparaó.
Beleza que impressionou o Imperador,
Que no ponto mais alto uma bandeira mandou pôr.

E tanta história tem esse lugar,
Guerrilha contra o regime militar.
E desse tempo tem ruínas para provar:
Casa Queimada e a de Pedra.

O Vale Verde, com suas águas cristalinas,
Encanta quem chega por Minas.
Do lado capixaba, a paisagem é bela,
Subindo a estrada por Pedra Menina.

Se de um lado o limite é a Tronqueira,
Pelo outro temos o Campo da Macieira.
A trilha é longa pra chegar no Terreirão,
Para a Casa Queimada, o carro vai num estirão.

E para se alcançar o pico que é o mais alto,
O caminho é sinuoso e não tem outra maneira.
Ao longe, o Pico do Cristal e o do Calçado.
Da Casa de Pedra, "É logo ali!", se diz à mineira.

Passando ao lado da Pedra das Irmãs Gêmeas,
A via é marcada pelas setas na pedreira.
O passo é lento e o perigo são as beiras.
Duro é o percurso pra chegar lá no Bandeira.

A festa é grande pra subir na escuridão,
No céu, estrelas brilham na imensidão.
Depois de horas, é comum ouvir ali:
"O que que eu estou fazendo aqui?"

E ao chegar de madrugada ao pé da cruz,
O frio é tanto e o escuro pede luz.
O sol desponta morno e lento ao alvorecer,
Por entre as nuvens, o mais belo amanhecer.

Vale Encantado, Tesourinho e o Tesouro,
A Cachoeira Pedra Roxa e a Cruz do Negro.
Tem as ruínas da Igreja Anunciata...
Quem não se perde é nas montanhas que se acha.

Outras belezas se encontram no lugar,
Arrume um tempo para poder explorar.
São cachoeiras e outras tantas opções:
Farofa, Aurélio e a dos Sete Pilões.

Cansaço, sono, fome, e o frio que se fez:
"Aqui não volto nunca mais!"
E ao chegar, quando se olha para trás:
"Quando voltamos outra vez?!"

Não tem lugar melhor
Que a Serra do Caparaó.